Como é tirar sua startup do papel no Brasil de hoje? É esta pergunta que buscamos responder. Conversamos com José Luiz de Genova, fundador da synaseshub, uma startup que pretende ser uma plataforma de colaboração entre empreendedores para a criação de novas startups, para entender o momento da criação de um novo negócio. Veja a seguir as maiores dificuldades que eles encontraram e como veem o ecossistema empreendedor brasileiro.

Qual sua avaliação sobre o ecossistema brasileiro?
É evidente que o Brasil já não pode ser ignorado no panorama da economia global. A tendência é que essa preponderância siga se expandindo como derivação de resultados de crescimentos constantes e mudanças na arena política, que tem incentivado a busca por inovação.Isso gera um cenário interessante para o movimento empreendedor brasileiro, que encontra um terreno fértil para expandir e se estabelecer. Se observarmos globalmente, apenas países como Estados Unidos e a China possuem um ambiente mais favorável à iniciativa empreendedora. Isso, obviamente, um aquecimento do mercado e uma enxurrada de novos entrantes, porém, acho que o ecossistema brasileiro está passando por um momento de desenvolvimento, ou seja, estamos tentando encontrar nosso modus operandi o que também gera uma série de incertezas.

É evidente que boa parte dos empreendedores de primeira viagem sequer possuem noção de como estruturar seus negócios e estabelecer um plano de desenvolvimento coerente, mas ao mesmo tempo, vemos dentro de nosso ecossistema, empreendedores extremamente capacitados que estão revolucionando o setor.

O importante é que estamos em franca expansão e, como tal, precisamos ter cautela, e trabalhar muito bem as bases das novas gerações que estão por vir para que nosso ecossistema amadureça e nos apresente startups cada vez mais inovadoras.

Dentro desse cenário, é fundamental o envolvimento das autoridades e iniciativas como a Startup Brasil são fundamentais para atingirmos esse amadurecimento.

O que te levou a empreender?
Desde muito novo sempre quis empreender, porém isso não era tão evidente em um primeiro momento.Acho que existem três tipos de empreendedores: os natos, que não conseguem se ver em outra iniciativa que não sua própria; os que empreendem por acaso, que nunca pensaram sobre empreendedorismo, mas, baseado por uma experiência ou acontecimento acaba tomando gosto e passam a focar em iniciativas empreendedoras e os empreendedores de estrutura, que é como gosto de chamar aquelas pessoas que gostam de empreender, mas sempre dentro de uma estrutura formal, ou seja, são os intraempreendedores por assim dizer, pessoas com DNA empreendedor, mas que gostam de empreender dentro de uma iniciativa que não a dela.

De minha parte, o que me motivou e me motiva é justamente a ideia de poder desenvolver algo próprio e algo novo, tentar inovar e perseverar para ver aquela ideia que surgiu em sua cabeça e evoluiu gradativamente se converter em um negócio que impacta positivamente na vida de inúmeras pessoas.

Como você se informa sobre o mercado?
Procuro estar sempre atento às novidades, acompanhar blogs, publicações e portais especializados em iniciativas empreendedoras e também ler sobre temas variados para entender o que está acontecendo e quais são as tendências futuras.

Você estudou empreendedorismo? Onde?
Durante meu curso universitário, fiz matérias optativas de empreendedorismo, uma vez que cursei Relações Internacionais na USP não possuía esse tema em sua grade formal mas, pelo fato de poder escolher optativas com o curso de administração, acabei moldando minha grade de forma a contemplar a temática do empreendedorismo. Depois, durante minha pós-graduação em administração de empresas na PUC-SP tive matérias que abordaram a temática do empreendedorismo também.

Quais são as dificuldades iniciais para abrir uma start-up?

Eu acredito que existam 4 principais dificuldades para se abrir uma startup no Brasil atualmente.A primeira é encontrar o parceiro certo, aquela pessoa que se engajará com você em sua ideia, vestirá a camisa e ‘irá a luta’ para converter aquela ideia inicial em uma empresa funcional.

A segunda é uma miopia sobre o porquê de iniciar uma start-up. Muitas pessoas estão iniciando um movimento de empreender por motivações erradas sobre o porque de fazê-lo. Em uma época cujo ícone do empreendedorismo está em pessoas como Mark Zuckerberg, pensar que todos seremos capazes de criar um novo Facebook é um grande equívoco. Ter esse tipo de pensamento apenas aumentará o número de fracassos dentro do ecossistema brasileiro.

Outro problema é a dificuldade de acesso a serviços especializados na mecânica de funcionamento de uma startup, não temos um número expressivo de advogados, contadores, gestores, assessorias de imprensa e de comunicação focados em startups, e quando existem, possuem custos e um modelo de prestação de serviços não adequados para uma empresa nascente como uma startup.Por fim, acredito que um grande impeditivo é a burocracia inerente ao processo de abertura e fechamento de uma empresa no Brasil, quem já empreendeu sabe como é complicado, demorado e custoso o processo de estabelecimento de uma empresa.

Já fez parte de algum processo envolvendo mentoria?
Na realidade não, tenho pessoas que considero como mentores em minha vida, às quais sempre recorro quando tenho uma dúvida ou necessidade, porém, nunca participei de um processo de mentoria formal. De qualquer forma, acho extremamente importante que novos empreendedores tenham o apoio de pessoas mais experientes que poderão ajuda-los ao longo do processo.

Você participa de algum fórum ou espaço de discussão para empreendedores?
Sim, participo. Acho que poder trocar experiências e interagir com outros empreendedores é algo fundamental para qualquer pessoa que queira ter seu próprio negócio, é através dessa interação que você conseguirá informações e ajuda para conseguir solucionar um problema de seu negócio e avançar. Nós acreditamos fortemente na importância de ambientes colaborativos, de troca de experiências e de discussão, tanto que a plataforma tem justamente essa finalidade.

O que você diria para quem tem um projeto que está só no papel?
Acredite em sua ideia e não tenha medo de se arriscar, uma ideia por si só não vale quase nada. Saiba se comunicar e converse com pessoas para validar e avaliar a atratividade do serviço ou produto que você pretende oferecer para o mercado. José Saramago tem uma frase que gosto muito: “Não tenha pressa, mas não perca tempo”!

Acho que no fundo tudo se resume a isso, tome o tempo necessário para validar sua ideia, mas não demore em tomar a iniciativa de começá-la, pois isso fará toda a diferença entre o sucesso e o fracasso.

Como surgiu a ideia de criar a sua start-up?

Durante os últimos anos estive muito envolvido com eventos de tecnologia, inovação e empreendedorismo e identifiquei algumas necessidades do mercado brasileiro de startups sobre as quais decidi trabalhar,objetivando o aprimoramento do mesmo.Foi assim que desenvolvemos o conceito da synapseshub, uma plataforma que tem o objetivo de fomentar a nova geração de empreendedores do Brasil. Nossa proposta é conectar pessoas de negócios com inovadores tecnológicos para que modelos de negócios disruptivos surjam desse contato.

E como isso vai funcionar?

A synapseshub é pautada por 4 pilares principais:

1ºIndivíduos conectados: somente através da troca de experiência e complementariedade de perfis é que será possível o surgimento de modelos de negócios realmente inovadores;

2ºComunidades ativas: as comunidades são as verdadeiras fontes de interações e contatos para que as pessoas possam estabelecer novas conexões e colaborar;

3ºHubs de inovação: é como chamamos a camada de interface com o mercado, onde empresas patrocinadoras e investidores podem entrar em contato com os projetos, conhecer os inovadores e empreendedores e ajudá-los no desenvolvimento de suas ideias desde sua concepção até sua implementação;

4ºFerramentas – ofereceremos uma série de ferramentas online gratuitas que permitem o bom desenvolvimento dos projetos, baseando-se em três principais vertentes a princípio: Ideias (Brainstorm e Anotações), Organização (Gerenciador de tarefas) e Apresentação (Canvas e Descritivo do projeto).

Além disso, dentro da plataforma, o idealizador de um projeto decide quem pode colaborar com ele e a quais áreas do mesmo os colaboradores terão acesso, mantendo o controle e segurança de sua ideia.

Quer saber mais sobre a Synapses? www.synapseshub.comHow do you put into practice your start-up plans? This is the question that we looking for to answer.  We talked to José Luiz de Genova, founder of Synapses Hub, a start-up that has the objective of being a collaboration platform between entrepreneurs to the creation of new start-ups, in order to understand this moment of creation of a new business.  Check the following difficulties that they have found and how they see the Brazilian’s entrepreneurial ecosystem.

How do you assess the Brazilian’s ecosystem?
It is evident that Brazil cannot be ignored in the global economy’s panorama. As a trend, this preponderance ought to expand as a result of constant growth and changes in political arena, which has been encouraging the quest for innovation. This creates an interesting scenario for Brazilian’s entrepreneurial movement, and provides a fertile ground for expansion and establishment. If we observe worldwide, only countries like United States and China have favorable environments for entrepreneurial initiative. This, for sure, powers the market and makes possible the entrance of newcomers, though I think that Brazilian’s ecosystem is passing through a development moment, meaning that we are trying to find our modus operandi, what also creates uncertainty.

It is evident that great part of newborn entrepreneurs do not yet have the necessary notions to structure their business and establish a coherent development plan, but at the same time we can see extreme capable entrepreneurs within our ecosystem, and they are change the sector radically.

The important thing is that we are at full growth, and as such we need to be cautious, working the future new generation bases in order to mature our ecosystem thus making it shows as much new innovative startups as possible.

Inside this scenario, it is of vital importance the authorities’ involvement and initiatives like Startup Brasil are fundamental in order to achieve this goal.

What led you to enterprising?

Since I was young I always wanted to be an entrepreneur, though this was not that evident in the first sight. I think that there are three types of entrepreneurs: The innate ones, who cannot see themselves in other initiatives outside their own; the casual entrepreneurs, who never thought about enterprising, but based in an experience or event, they take a liking and then start to focus in entrepreneurial initiatives; and the structure entrepreneurs, that is how I like to call those people who like to undertake, but always within a formal structure, i.e., they are intraentrepreneurs as we would say, people with enterprising DNA who like to undertake other initiatives outside their own.

From me, what motivated and still motivates me is precisely the idea of being capable of developing something new and mine, trying to innovate and asserting to see that idea I had evolving gradually and then becoming in a business that positively impacts the lives of countless persons.

How do you get informed about the market?
I try to be always in touch with the novelties, follow blogs, publications and websites specialized in entrepreneurial initiatives, and also read about diverse themes in order to understand what is happening and what the future trends are.

Have you studied enterprising? Where?
During my undergraduation, I coursed elective disciplines regarding enterprising as I studied International Relations in USP and this theme was not in the formal program, but in consequence of being able to choose elective disciplines, I ended up creating my own undergraduation program to comprise the enterprising theme. Then, during graduate school of business management in PUC-SP I had also disciplines that engulfed the enterprising theme.

What are the initial difficulties in order to set a start-up?
I believe that there are four main difficulties related to setting a start-up nowadays in Brasil. The first one is to fond the proper partner, that person who will engage with you and with your idea, will fight to convert that initial idea into a functional company.

The second one is myopia about the reason to set a start-up. A lot of people are initiating an entrepreneurial movement for the wrong reasons. In a time when the icon of enterprise is with persons like Mark Zuckerberg, to think that we will all be able to create a new facebook is a great error. Having this kind of thought will only increase failures inside Brazilian’s ecosystem.

Another problem is the difficulty in accessing specialized services in startup functioning mechanics, we do not have an expressive number of attorneys, accountants, managers, press and communications advisors focused in startups, and when there are these persons, they possess inadequate costs and service models for a newborn company like a startup. Finally, I believe that a great obstacle is the bureaucracy inherent to a company’s opening and closure process in Brazil, who had already undertake any project know how the process of establishing a company consumes time, money and is complicated.

Have you ever taken part in any process involving mentoring?
In fact, no. There are people who I consider as mentors in my life and who I always talk to when I have a doubt or a necessity, though I have never taken part in a formal mentoring process. In any case, I think that it is of extreme importance that new entrepreneurs have the support of expert people who will be able to help then along the process.

Do you take part in any forum or space for discussion directed to entrepreneurs?
Yes, I do. I think that being able to exchange experience and interact with other entrepreneurs is something crucial for any person that wishes to open their own business, it is through these interactions that you will get information and help in order to solve a problem and step forward.  We strongly believe in the importance of collaborative environments, of experience and discussion exchange that is so true once

  • What would you say to someone who has not put their project into practice yet?
    Believe in your idea and do not be afraid of taking risks, an idea for itself has little value. Know how to communicate and talk with other persons to validate and evaluate the attraction of the service or products that you intend to release in the market. José Saramago has a phrase I like very much: “Do not hurry, but do not waste time”!

I think that in the end everything has to do with it, take the necessary time to validate your idea, but do not spend too much time to take the first step, as this could make the difference between success and fail.

How the idea of creating your start up appeared?
During the last years I have been involved with technology, innovation and entrepreneurial events and I identified some necessities from Brazilian’s startup market which I worked upon to improve it. Thus we developed the synapseshub concept, a platform aiming to stimulate the new generation of entrepreneurs in Brazil. Our proposal is to connect business people with new technologies in order to create disruptive business models.

And how this is going to work?
synapseshub is composed under 4 main pillars:

1st –  Connected individuals: Only through the exchange of experiences and profile’s similarities that truly innovative new business’ models can arise.

2nd – Active communities: Communities are real sources for interaction and contacts whereby people can establish new connections and collaborate.

3rd – Innovation hubs: this is how we call the market’s interface layer, where investors and companies can be in touch with projects, get to know entrepreneurs and innovators and help in the development of their ideas, from its conception to implementation.

4th – Tools – We offer several online free tools that allow a project’s good development based in three main  Ideas (Brainstorm and notes), Organization (Task Manager) and Presentation (Canvas and Project’s descriptive).

Besides, inside the platform, the project’s creator decides who can collaborate and which areas the collaborators will have access, maintaining control and protecting the idea.

Want to get more information about Synapses? http://www.synapses.com.br