Ter ou não um sócio? Essa pergunta ocorre a muitos empreendedores depois de definirem uma ideia e um plano para transformá-lo em startup. Conversamos com Nei Grando, organizador e um dos autores do livro “Empreendedorismo Inovador” e expert em empreendedorismo digital, para discutir os prós e os contras de tornar a sua empresa em um negócio gerido a quatro mãos.
Segundo Grando, a necessidade faz com que uma sociedade surja. “O volume de trabalho para abrir uma startup, muitas vezes, exige que ele seja dividido. Afinal, além do desenvolvimento técnico do produto, existe a necessidade de lidar com pitchs, planos de negócio, marketing e outras áreas fundamentais para o funcionamento da empresa.” Para o organizador, o ideal é que o sócio – ou sócios – atuem em áreas complementares.
Vale ressaltar que a diferenças entre eles devem se restringir apenas ao perfil técnico e a bagagem de conhecimentos. “É fundamental é que as pessoas que compõem a sociedade tenham os mesmos valores, o mesmo objetivo para a startup e se conheçam muito bem. Idoneidade, confiança e capacidade de trabalho compatível são imprescindíveis para que os problemas não ocorram”, alertou Grando. Para evitar os problemas futuros é importante regulamentar a sociedade assim que a empresa for formalizada. Já que é no Contrato Social que se define legalmente a parte que cabe aos membros.
Sobre a porcentagem que cada sócio terá no empreendimento, o usual é que se divida a empresa em partes iguais quando os envolvidos se dedicam integralmente ao trabalho. É possível também fazer um acordo conhecido com “Vesting” – termo em inglês que designa uma participação futura condicional no negócio – e que, geralmente, é proposta a quem não comprou sua fração na startup, como funcionários e membros de “boarding”, podendo ser também o ponto de partida da sociedade principal da empresa.
Outro instrumento jurídico recomendado é o acordo entre cotistas, pois além de dispor das ações, o dispositivo estabelece visões, formas decisórias, papéis ocupados por cada sócio e os termos principais do andamento do negócio, evitando desavenças e buscando a imparcialidade em soluções futuras.
As sociedades advindas de investidores profissionais requerem outros tipos de esclarecimentos, já que ocorrem em outras fases da startup e tem finalidades diferentes da sociedade principal. Os mesmos cuidados e afinidades requeridas em um sócio tradicional, devem ser buscadas em um sócio investidor, isso garante objetividade e proporciona maior chance de sucesso para conseguir o retorno desejado. “Observar a área de investimento da empresa ou investidor, a forma como dinheiro é investido, conseguir descrever onde serão alocados os recursos e qual tipo de suporte de negócios se espera do investidor, aumenta a chance de conseguir o investimento e maximiza o sucesso do aporte dentro da empresa”, disse o especialista.
Mesmo com a definição de tarefas é importante que se tenha em mente que o início de uma startup não tem departamentos estanques, logo todos os envolvidos devem ter conhecimento sobre as várias áreas da empresa. “O conhecimento diminui o risco da empresa. É preciso se preparar para ter saber técnico, de negócios, contabilidade e até jurídico já que o sucesso da startup é a principal meta de todos os envolvidos”, finalizou.
Nei Grando, organizador e um dos autores do livro Empreendedorismo Inovador. Atua como consultor em modelagem de negócios, estratégia, inovação, GC e TI e é autor do Blog do Nei (neigrando.blog.br) – sobre negócios e TI.Partnership: to be, or not be part of one? Many entrepreneurs ask themselves about this after defining an idea and a plan to turn it into a startup. We talked to Nei Grando, organizer and one of the authors of the book called “Empreendedorismo Inovador” (‘Innovative Entrepreneurship’, in Portuguese), an expert in digital entrepreneurship, to analyze pros and cons of turning a company into a business driven by four hands.
According to Grando, necessity is the conceiver of a partnership. ‘The amount of effort required to open a startup frequently demands it to be scattered. After all, besides the product’s technical development, you must deal with pitches, business planning, marketing and other primary areas to ensure a company operates as expected.’ He believes it is ideal that the partner—or partners—qork in complementary fields.
It is also important to point out that differences between them should be restricted only to their technical profiles and savvy. ‘It is of utmost importance that everyone involved in the partnership have the same values, the same objectives (regarding the startup) and to know each other very well. Idoneity, trustworthiness and compatible working abilities are essential to avoid problems.’, says Grando. To avoid future problems, it’s important to create a regulatory framerate for the company as soon as it is formalized. Since it is in the Social Contract that the part destined to each member is defined.
In regards of each partner’s share, the company is usually divided in equal parts, when everyone dedicate themselves fully to the job. It is also possible to make a deal known as ‘Vesting’, which normally suggested to people who did not acquire their share (employees or boarding members, for example), also giving them a chance at partnership.
Another recommended legal instrument is the agreement between quota holders. It does not only makes use of the company’s shares, but it also establishes points of view, decision-making roles taken by each partner, and the main terms of the ongoing project, avoiding disagreements and seeking impartiality on future solutions.
The resulting partnerships of professional investors require a different kind of clarification, since they occur in different stages of the startup process and they possess different objectives from the main partnership. The same care and partiality asked from a regular partner must be sought in an investing partner, assuring objectiveness and allowing a bigger chance of success in achieving the expected financial result. ‘Observing the company’s or investors’ investments, how money is invested, being able to describe resource distribution, and which type of business presupports are expected from the investors increase the chances of receiving the investiment, and maximizes successful support inside the company’, Grando informed.
Even after distributing tasks, it is important to keep in mind that there are no closed departments in the beginning of a startup, what should compel partners to acquire knowledge regarding all areas inside the company. ‘Risk chances are decreased by knowledge. We must be prepared, we must have technical, business, accountability , and even legal knowledge, since the startup’s success is the main goal of everyone involved.’, he concluded.
Nei Grando, organizer and one of the authors of the book called “Empreendedorismo Inovador” (‘Innovative Entrepreneurship’, in Portuguese), acts as a business, strategy, innovation, KM and IT prototype consultant, and is also the author of ‘Blog do Nei’ (neigrando.blog.br), about business and IT.