Artigo de Vitor Andrade, Gerente de Operações do Start-Up Brasil.

O Start-Up Brasil, iniciativa do Ministério da Ciência e Tecnologia, em parceria com aceleradoras privadas tem como objetivo acelerar startups de software, hardware e serviços de TI.

As startups selecionadas recebem do Governo até R$ 200 mil em bolsas que podem ser utilizadas pelos empreendedores ou profissionais indicados pore eles, além de participarem de diversas atividades de aproximação com investidores, eventos de capacitação e networking e tem acesso a um Hub internacional no Vale do Silício (EUA). Do lado das aceleradoras, as startups recebem investimento financeiro direto e participam de um programa de aceleração composto de mentorias, capacitações, infraestrutura e serviços de parceiros. Além disso, as aceleradoras realizam investimento financeiro direto nas startups.

Para receber os recursos do Start-Up Brasil, a startup precisa estar associada a uma das aceleradoras qualificadas pelo programa. A escolha por qual aceleradora se associar é uma decisão bastante importante, afinal, é trazer um novo sócio para o negócio. São muitos os fatores que devem ser levados em consideração para escolher com qual aceleradora se associar, dentre eles:

1. PERFIL DE EMPRESAS ACELERADAS: Assim como as startups, as aceleradoras também possuem um público-alvo, portanto é importante entender qual o perfil de empresas que a aceleradora se propõe a acelerar.

•    a) Estágio de Desenvolvimento: o estágio de desenvolvimento do projeto é uma variável bastante importante, principalmente se considerarmos que um programa de aceleração acontece em um período curto (4 a 12 meses). Algumas aceleradoras focam em projetos em estágios bem iniciais, enquanto outras exigem um protótipo funcional, base de usuários ou até mesmo com as primeiras receitas.

•    b) Características do Negócio: Características da startup são também fatores de segmentação. Algumas aceleradoras,por exemplo, focam em startups que vendem somente para empresas (B2B), outras, projetos para consumidores finais (B2C) ou ambos (B2B e B2C), startups mobile, que gerem impacto social e ambiental positivo ou atuantes em setores específicos da economia como, por exemplo, Educação, Saúde, Varejo, outras.

2. METODOLOGIA DE ACELERAÇÃO: As aceleradoras oferecem uma série de atividades de mentoria, acesso a investidores e clientes, capacitação,  consultorias e benefícios de parceiros,  que são combinadas de formas diferentes por cada aceleradora. O empreendedor deve verificar qual a metodologia de aceleração é aderente às suas necessidades pessoais e do negócio.

3. QUALIFICAÇÃO DA REDE DE MENTORES: um dos principais componentes dentro de um processo de aceleração são as mentorias, Mentores são empreendedores, investidores e profissionais experientes que podem orientar a startup, a partir de seus aprendizados, no processo de construção do seu negócio, apresentando caminhos e principalmente fazendo as perguntas certas para que o empreendedor chegue às suas próprias conclusões. É importante, portanto, conhecer a rede de mentores disponibilizadas pela aceleradora.

4. HISTÓRICO DA EQUIPE DE GESTÃO E DA ACELERADORA: as aceleradoras são normalmente lideradas por empreendedores, investidores ou ex-executivos com o apoio de uma equipe (bastante enxuta) para acompanhar as startups ao longo do processo de aceleração. A experiência da equipe da aceleradora na criação, crescimento e gestão de negócios/projetos inovadores é um fator importante a ser analisado. Outro aspecto importante a ser avaliado é o histórico da aceleradora, incluindo dados sobre o crescimento/mortalidade/captação de investimento do portfolio de empresas que já foram aceleradas.

5. CONDIÇÕES CONTRATUAIS: Além do programa de aceleração, as aceleradoras realizam investimento financeiro direto nas startups em troca de participação acionária. O dinheiro é um survival money ofertado às startups para permitir aos empreendedores dedicar-se exclusivamente durante o período de aceleração e demonstrar sua capacidade de execução com poucos recursos. A aceleradora se torna sócia do negócio e vai trabalhar para que ele cresça de forma acelerada, pois só assim ela obtém retorno em seu investimento.  É importante avaliar as condições contratuais oferecidas pela aceleradora, mas esse não deve ser o principal critério de sua avaliação.

No momento da submissão do seu projeto ao Start-Up Brasil, você deverá indicar até 6 (seis) aceleradoras com quais tem interesse em se associar e para isso é essencial conhecê-las e avaliar o quanto o modelo da aceleradora é aderente à sua realidade e pode ajudá-lo a avançar para os próximos estágios de desenvolvimento. Para a 2a edição do programa (2014/2015), foram qualificadas pelo Edital MCTI/SEPIN/Start-Up Brasil no 01/2013 12 (doze) aceleradoras, com atuação em 7 estados em 3 regiões do Brasil (Nordeste, Sudeste e Sul), são elas:

21212

Acelera Cimatec (SENAI/BA)

Acelera MGTI

Aceleratech

Baita

C.E.S.A.R Labs

Pipa

Start You Up

TechMall

Ventiur

Wayra

Wow

Informações sobre as aceleradoras qualificadas, incluindo metodologia de aceleração, cidades de atuação, perfil das empresas aceleradas, investimento financeiro realizado por startup e participação acionária estão disponíveis na página de cada aceleradora no site  do programa Start-Up Brasil em https://startupbrasil.org.br/quem-aceleradoras/

Boa escolha e boa sorte!

Vitor Andrade, Gerente de Operações do Start-Up Brasil.