Conversamos com Alexandre Jacobs, Diretor Executivo da Associação Brasileira de Empresas Aceleradoras de Inovação e Investimento (ABRAII), entidade criada há algumas semanas e lançada recentemente.

Por que ou para que a Abraii foi criada?

“A ABRAII foi criada para que as Aceleradoras e empresas semelhantes, possam contribuir de forma conjunta/associada para o amadurecimento do Ecossistema Empreendedor Brasileiro.

O Programa Start-Up Brasil foi o grande inspirador para a criação da ABRAII. Após uma rodada do programa, aprendemos muito e tínhamos várias sugestões e pedidos a fazer ao programa, voltados para o seu aprimoramento. Precisávamos buscar um caminho que nos permitisse fazê-lo com a visão de todas as aceleradoras, inclusive aquelas que não estivessem no programa. Nasceu, então, a ABRAII, uma associação voltada para todas as empresas que aceleram diretamente as chamadas ‘startups’ ou empresas nascentes de base tecnológica a se tornarem negócios maduros, geradores de caixa, seja de forma independente ou através de aquisições.

Mas, é claro que nossa missão não se resume ao programa Start-Up Brasil, nosso assim chamado “padrinho”. Nós trabalhamos junto a todos os atores desta nova economia, sejam eles governo, ONGs, investidores, empresas e academia. Criamos propostas, projetos e parcerias para amadurecer nosso ecossistema, resultando em um maior número de startups e investidores de sucesso apoiados por nossos mentores e processos”.

Como ela foi criada? Quem faz parte?

“A lista aumenta todo mês. Posso citar: as aceleradoras 21212, StartYouUp, Wow, Outsource Brazil, Aceleratech, Acelera MGTI, Baita, Acelera Cimatec, Wayra, Cesar Labs, Ventiur, Techmall, Pipa, Gema e Estarte.me“.

Como ela funciona? Quais são os projetos e metas?

“Temos um quadro dirigente eleito em assembleia pelos associados e fazemos reuniões periódicas para governança da associação.
Funcionamos através de nossos projetos, sendo que cada um deles têm um responsável, sempre um executivo de uma instituição associada e têm a supervisão de um dos executivos da Associação. Temos projetos nas seguintes áreas:

1. Ecossistema

  • Criação do modelo de qualificação das aceleradoras – para que todos possam entender que tipo são, o que fazem e com que maturidade operam;
  • Banco de Melhores práticas – para que todas as associadas evoluam com o que existe de melhor entre si e se destaquem pelo seus diferenciais e inovações;
  • Coleta e divulgação pública de indicadores comuns das Aceleradoras e de seus portfólios de empresas aceleradas.
  • Formalização fiscal e trabalhista de empresas nascentes através de apoio direto.

2. Incentivos e Investimento

  • Ampliação do incentivo ao empreendedorismo do país. Queremos mais programas de sucesso como o Start-Up Brasil. Já temos alguns programas estaduais iniciando;
  • Ampliação do crédito e investimento em Inovação e na Economia do Conhecimento;
  • Proposta de incentivos aos investidores para que as startups sejam competitivas quando comparadas a outros investimentos existentes;
  • Criação de linhas de financiamento/fundos voltados para apoiar as aceleradoras e as startups com apoio de todos os players;
  • Criação de um método comum para avaliação do estado de amadurecimento do modelo de negócios de uma startup e promover seu entendimento claro e inequívoco por empreendedores, aceleradoras e investidores.

3. Educação

  • Apoiar e colaborar com os programas de formação de empreendedores;
  • Criar um programa de formação e qualificação de mentores (aceleradores) com abrangência nacional;
  • Divulgar para todos o papel das aceleradoras e como ela agrega valor aos diferentes atores e principalmente ao investidor e ao empreendedor;
  • Criar programas de qualificação em áreas específicas de conhecimento para alavancar o ecossistema;
  • Parceria com associações semelhantes em outros países para compartilhar experiências e conhecimento;
  • Programa de apoio à abertura de novas aceleradoras, principalmente em regiões mais remotas do país.

Para que tudo isso ocorra, trabalharemos de perto e em parceria com instituições como: Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (ABVCAP), Associação Brasileira de Startups (ABStartups), Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Ministério das Relações Exteriores (MRE), Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (ANPROTEC), Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro (Softex), Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Fundo de Financiamento de Estudos de Projetos e Programas (Finep), Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras (ANPEI), Confederação Nacional da Indústria (CNI), além de outros atores governamentais, academia e ONGs do ecossistema.

Nossa meta é ampliar a participação do nosso ecossistema, de forma exponencial, no PIB (Produto Interno Bruto) Brasileiro ano após ano, como vem ocorrendo em vários países do mundo. Não existe mais dúvida de que a inovação no formato de modelos de negócio não sairá das áreas de P&D tradicionais, mas sim da mente dos empreendedores. Sejam estes oriundos das academias, das empresas maduras ou até de uma garagem ou pequeno escritório improvisado em algum lugar deste pais.

Nossa associação foi criada para amadurecer as aceleradoras que apoiam estas startups e as unir a investidores e mentores. Tornando-se empresas lucrativas e perenes, gerando continuamente inovação, eficiência, produtividade, riqueza e empregos de qualidade para nosso país e alcançando outros mercados no exterior”.

Como a Abraii enxerga o mercado brasileiro hoje para as startups?

“A ABRAII vê o mercado brasileiro como um mercado de potencial enorme para as startups e seus investidores, pois os clientes destas empresas ainda têm muito pouca oferta de novos modelos de negócio que possam realmente resolver seus problemas. A criatividade sempre foi nossa marca cultural, temos que levar isto para o mundo dos negócios, onde chamamos isto de inovação. Venha empreender e ajudar a transformar nossa economia. As nossas associadas te ajudarão nesta aventura fascinante ou se você já ajuda outros nesta caminhada pense em criar uma aceleradora, estamos aqui para ajudar”.

Entrevistado: Alexandre Jacobs, Diretor Executivo da Associação Brasileira de Empresas Aceleradoras de Inovação e Investimento (ABRAII).