aceleradora Oxygen, sediada em Londres, selecionou a startup brasileira LabSynapse para participar de seu programa de aceleração – junto com outras 9 startups de outros países, selecionadas a partir de 600 inscritas. A empresa vai receber um investimento total de £33 mil libras da Oxygen e já mudou sua equipe e abriu operação dentro do Google Campus, em Londres. A movimentação é oportuna para a LabSynapse porque a Inglaterra está trabalhando para ser reconhecida como o principal país na área de life sciences (ciências da vida).

Participante do Start-Up Brasil por meio da aceleradora Pipa, no Rio de Janeiro, a empresa oferece um sistema para gestão de compras laboratoriais. Trata-se de uma solução pioneira no mercado global de Life Sciences que permite à instituição científica realizar compras de insumos laboratoriais através de um leilão reverso online com milhares de vendedores. O público-alvo são instituições privadas e públicas de saúde: laboratórios de pesquisa, análises clínicas, farmacêuticas e de alimentos. A solução da LabSynapse já está sendo utilizada por empresas na Califórnia e na Europa.

O sistema foi criado por ex-cientistas da UFRJ a partir da frustração relacionada à complexidade e tempo gasto em atividades relacionadas a compras laboratoriais. Gil Souza, co-fundador da empresa, entrou nesse mercado como pesquisador aos 15 anos de idade e aos 22 preferiu criar uma solução que ajudasse a solucionar o problema de compras laboratoriais no mundo, por meio de um Doutorado direto no MIT em Biologia Molecular. Leia abaixo uma entrevista com ele sobre o andamento da empresa.

Por que está indo para fora do país?

Estamos indo pra fora para tornar mais fácil o processo de globalização da ferramenta, dificultado pelos problemas brasileiros. O Brasil é interessante sim, mas os maiores mercados mundiais de Life Sciences estão nos Estados Unidos e na Inglaterra. Então é lá que a LabSynapse deve estar.

Qual é o tamanho do mercado em que a LabSynapse atua?

O mercado global de compras laboratoriais é de U$60 bilhões.

Como a empresa está crescendo?

Começamos a ter faturamento recentemente, pois é uma solução nova.

Qual é o tamanho da equipe, antes e depois da aceleração?

Começamos como 3 sócios. Hoje, temos mais 2 funcionários na equipe, sendo profissionais da área biomédica e antigos estagiários da Google, e 2 mentores (1 brasileira e outra de Harvard).

Quais foram as principais dificuldades da empresa e como foram superadas?

A principal dificuldade enfrentada foi encontrar um modelo de receita robusto. Após uma série de testes guiados por nossos mentores, começamos a analisar o caminho que mais gerava tração.

Quanto a empresa espera crescer nesse ano e nos próximos?

Nossa estimativa é de estarmos presentes em 1.000 laboratórios do Reino Unido em 2015. A meta para os próximos anos é de continuar crescendo na Europa e expandir para os EUA.

Como foi a participação no programa Start-Up Brasil?

O programa Start-up Brasil foi crucial para o nosso desenvolvimento. Além do investimento, que nos possibilitou dedicação em tempo integral ao negócio, a rede de mentores e as oportunidades fizeram com que nosso desenvolvimento fosse significativamente acelerado.